Do alojamento e deslocação às questões mais práticas do dia a dia, são várias as dúvidas que podem surgir aos estudantes na chegada à universidade. Sabe mais sobre os primeiros passos a dar como universitário através deste conjunto de perguntas e respostas
Os primeiros resultados das colocações universitárias chegaram aos telemóveis dos estudantes no sábado, 24 de agosto. Entre a própria colocação ou o resultado de colegas comunicado em mensagens e grupos WhatsApp, sobra a emoção, o ruído, a confusão. O momento é marcante e, no entanto, as dúvidas e preocupações chegam quase ao ritmo destas notificações.
Este texto foi escrito por Mariana Ramos Loureiro e editado por David Dinis
1
Dentro da oferta de alojamento para estudantes estão as residências universitárias, geralmente direcionadas para estudantes economicamente carenciados, residências universitárias privadas, e casas ou quartos para arrendamento.
No momento da escolha, é importante considerar que valores rondam as rendas de alojamento na região para onde vais estudar. Podes encontrar aqui em baixo uma estimativa do preço médio de um quarto por concelho.
A consulta de sites como o Uniplaces , o idealista, o BQUARTO e o OLX pode ser útil na procura de alojamento. Também nas redes sociais, por exemplo em grupos de Facebook criados especificamente para este propósito, podem encontrar-se ofertas de quartos ou casas para arrendamento.
Segue-se uma lista de residências privadas que podes considerar, se vais estudar em Lisboa ou no Porto, cidades onde normalmente é mais difícil encontrar alojamento.
2
Estão abertas, até dia 30 de setembro, as candidaturas a bolsas de estudo da DGES destinadas a estudantes economicamente carenciados. Também as candidaturas ao Programa +Superior, de apoio à frequência de instituições de ensino em regiões com menores procura e pressão demográfica, por estudantes economicamente carenciados, se encontram a decorrer. A DGES atribui, ainda, bolsas de estudo por mérito.
Existem também complementos de alojamento para estudantes deslocados não bolseiros e para estudantes deslocados bolseiros que não consigam garantir lugar numa residência universitária e complementos de apoio à deslocação.
3
Para obter um passe gratuito, os jovens devem dirigir-se a uma entidade emissora de títulos de transporte público de passageiros e preencher o requerimento de adesão. Os estudantes devem apresentar o cartão de cidadão ou outro documento válido equivalente que comprove a data de nascimento e, no caso de terem mais de 18 anos, entregar a declaração de matrícula emitida pelo estabelecimento de ensino. Apesar de gratuito, o carregamento mensal dos passes é obrigatório e, todos os anos, a renovação é necessária.
4
Apesar de as universidades e instituições de ensino terem frequentemente parcerias com bancos, existem modalidades bancárias, com algumas vantagens associadas, mas também não bancárias dos cartões de estudante, podendo os estudantes optar pela solução mais conveniente.
5
O código de trabalho prevê que entre os benefícios aplicados no local de trabalho estejam ajustes de horário para tornar possível a frequência de aulas e a deslocação para o estabelecimento de ensino, a possibilidade de faltar justificadamente, por motivo de prestação de provas de avaliação ou frequência de aulas, e um regime específico de férias e licenças.
No estabelecimento de ensino, o trabalhador-estudante não está sujeito a frequentar um número mínimo de disciplinas, nem a um regime de prescrição. O aproveitamento escolar de estudantes com o estatuto não está dependente da frequência de um número mínimo de aulas por disciplina. Os trabalhadores-estudantes não têm limitações no número de exames a realizar em época de recurso, sendo que, caso esta não exista, têm direito a uma época especial de exame.
Para beneficiar do estatuto, deve ser entregue pelo estudante na universidade um comprovativo da condição de trabalhador até à data estipulada pelo estabelecimento de ensino e comprovada perante o empregador a condição de estudante, apresentando igualmente o horário das atividades educativas a frequentar.
6
Dentro das instituições de ensino, podem existir várias modalidades de avaliação. A avaliação pode ocorrer de modo distribuído, por meio de trabalhos, projetos, relatórios, participação nas aulas e/ou testes - as chamadas “frequências” -, ou por meio da realização de um exame final. Neste caso, o exame pode ser realizado em época normal ou em época de recurso, por motivo de reprovação na época normal ou para melhoria de nota. Existem, ainda, épocas especiais, destinadas à realização de exames por alunos em situações específicas, nomeadamente alunos em conclusão do ciclo de estudos.
7
Os créditos ou ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System) são um instrumento criado para permitir o reconhecimento mútuo das qualificações académicas dos estudantes entre instituições de ensino superior, nomeadamente estrangeiras, de modo a apoiar a mobilidade dos estudantes.
Cada unidade curricular vale um certo número de créditos e, por ano, existe um limite mínimo e máximo de créditos em que os estudantes podem estar inscritos. O grau de licenciatura é atribuído aos estudantes que, aprovados em todas as unidades curriculares que integram o plano de estudos, tenham obtido 180 ECTS, em licenciaturas de 3 anos, ou 240, em licenciaturas de 4 anos.
8
No dia a dia universitário é importante ter conhecimento dos intermediários para a resolução de problemas pedagógicos e defesa dos interesses dos estudantes, como coordenadores ou responsáveis pelos cursos, os órgãos de representação estudantil e os provedores de estudante.
No que respeita ao conhecimento do espaço da universidade, os gabinetes onde funcionam os serviços de psicologia, de ação social e de apoio à inclusão podem vir a ser úteis ao longo do percurso dos estudantes. Ainda, os escritórios em que operam os programas de estágios, de mobilidade e de planeamento de carreira e outros espaços, como as cantinas, bares e restaurantes universitários ou as bibliotecas e salas de estudo, serão pontos de frequência habitual de importante conhecimento pelos estudantes.
9
É nas associações de estudantes que o associativismo académico ganha expressão máxima. Estas, enquanto ponte comunicativa entre estudantes e órgãos de gestão das universidades, assumem um papel de relevo na defesa dos interesses estudantis. Para além de responsáveis pela dinamização de atividades de diferentes âmbitos, disponibilizam também materiais de estudo e serviços, ou descontos em serviços, académicos e não académicos, através de parcerias com outras instituições.
10
Nas instituições de ensino, são muitos e diversos os núcleos dinamizados por estudantes, organizados por cursos ou por temas e áreas de interesse, orientados para o voluntariado, para o ativismo ou para a organização de eventos pedagógicos e de networking. No âmbito universitário, são, ainda, organizados grupos na área da cultura e artes, como grupos de teatro ou dança e as tunas académicas, e na área do desporto.
A participação nestes núcleos e associações permite o envolvimento em atividades extracurriculares e o simultâneo desenvolvimento de competências. Normalmente são organizados períodos de recrutamento no início e/ou ao longo do ano letivo.
11
A praxe académica é, como saberás, um ritual de iniciação dos caloiros pelos alunos mais velhos do curso ou da faculdade que frequentam. Na praxe, marcada por tradições, rituais e regras hierarquias, são dinamizadas atividades de integração para os novos alunos, que, normalmente, duram desde o início do mês de setembro até maio.
A natureza destas atividades varia de praxe para praxe, estando estas, em alguns casos, associadas a práticas humilhantes, embora essas práticas sejam cada vez menos habituais. No entanto, não é obrigatório participar na praxe e é na mesma possível usar o traje académico sem ter integrado as atividades.
12
Nas atividades de acolhimento e integração de novos estudantes incluem-se geralmente sessões de esclarecimento em que informações práticas sobre os campus e as instituições são dadas aos estudantes. Para além disto, as universidades ou associações universitárias organizam programas de mentoria para novos alunos. A consulta dos sites das universidades e das associações de estudantes permite também o acesso a informações.
2024-09-16T10:14:35Z dg43tfdfdgfd